O que é otosclerose?
A otosclerose é uma condição auditiva progressiva que afeta o ouvido interno e médio. Ela é caracterizada pelo crescimento anormal de osso no ouvido interno, em particular na base do estribo – um dos ossículos auditivos. Esse crescimento ósseo anormal impede o movimento adequado do estribo, causando dificuldades na transmissão das vibrações sonoras. À medida que a condição progride, ela pode se espalhar para outras partes do ouvido interno, resultando em perda auditiva gradual.

O que provoca a otosclerose?
Embora a causa exata da otosclerose ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que fatores genéticos/hereditários possam desempenhar um papel importante no desenvolvimento da condição. A pesquisa ainda está em andamento para entender completamente as causas subjacentes, mas esses são os principais fatores associados à ocorrência da otosclerose:
Genética e hereditariedade: A predisposição genética parece ser uma das principais causas da otosclerose. A condição tende a ocorrer em famílias e é mais comum em certos grupos étnicos, sendo predominante entre pessoas brancas. Pesquisas indicam que certos genes podem estar relacionados ao desenvolvimento da otosclerose, mas o mecanismo exato ainda não foi completamente esclarecido.
Fatores Hormonais: Alterações hormonais podem desempenhar um papel na otosclerose. A condição é mais comum em mulheres, especialmente durante a gravidez.. Isso sugere uma possível relação entre os hormônios sexuais e o desenvolvimento da otosclerose. Neste sentido, alguns profissionais de saúde poderão recomendar que as pacientes com predisposição genética evitem o uso de anticoncepcional, mas não existem pesquisas conclusivas.
Fatores Ambientais: Alguns estudos sugerem que fatores ambientais, como infecções virais e inflamações do ouvido podem desencadear ou contribuir para a otosclerose em indivíduos geneticamente predispostos. A inflamação pode levar a alterações na remodelação óssea e contribuir para o crescimento anormal de osso nas estruturas auditivas. No entanto, a relação entre esses fatores e a condição também não é totalmente compreendida.
Quais os tipos de otosclerose?
A otosclerose ou otospongiose é frequentemente categorizada em dois tipos com base em sua localização e extensão no ouvido. Independentemente do tipo de otosclerose, a condição é caracterizada pelo crescimento anormal de osso que interfere na transmissão das vibrações sonoras e pode levar a perda auditiva e outros sintomas.
Otosclerose Estapediana: Este é o tipo predominante de otosclerose. Ele envolve o crescimento anormal de osso na área da janela oval, uma abertura no ouvido médio que se conecta ao ouvido interno. O termo “estapediana” refere-se ao osso estribo, um dos ossículos auditivos localizados no ouvido médio. Nesse tipo, o crescimento ósseo anormal afeta diretamente a capacidade do estribo de transmitir as vibrações sonoras para o ouvido interno. A otosclerose estapediana é conhecida por causar perda auditiva progressiva.. Ela pode afetar ambos os ouvidos e, muitas vezes, pode ter história familiar presente de perda auditiva.
Otosclerose Coclear: Este tipo de otosclerose envolve o crescimento anormal de osso não apenas na janela oval, mas também em outras partes do ouvido interno, incluindo a cóclea, que é responsável pela audição. Essa variação da condição pode levar a uma combinação de perda auditiva e sintomas de desequilíbrio, pois o labirinto, que é responsável pelo equilíbrio, também pode ser afetado.
Você confere uma explicação mais detalhada sobre os dois tipos de otosclerose no vídeo a seguir.
Quais os sintomas da otosclerose?
A otosclerose é uma condição auditiva que pode apresentar uma variedade de sintomas, variando de leve a grave. Os sintomas podem se manifestar de maneira gradual ao longo do tempo.
Zumbido nos Ouvidos (Tinnitus): Muitas pessoas com otosclerose experimentam zumbido nos ouvidos. O zumbido é a percepção de sons como chiados, apitos, clique ou zumbidos que não têm uma fonte externa. O zumbido pode ser constante ou intermitente e pode ser mais perceptível em ambientes silenciosos.
Perda Auditiva: A perda auditiva é um dos principais sintomas da otosclerose. Inicialmente, a perda auditiva tende a afetar as frequências mais altas, dificultando a compreensão de conversas, especialmente em ambientes ruidosos, como restaurantes ou festas. Isso ocorre porque a perda auditiva torna mais difícil distinguir vozes e sons em meio a ruídos de fundo. Conforme a otosclerose progride, a perda auditiva pode se tornar mais acentuada e afetar uma variedade de frequências sonoras.
Tontura: Em alguns casos, a otosclerose pode estar associada a tonturas. Essas tonturas podem ser leves e episódicas, ocorrendo principalmente durante atividades específicas, como mudanças de posição.
O zumbido no ouvido é o sintoma mais comum da doença, muitas vezes sendo observado pelo paciente antes mesmo da percepção de perda auditiva. No entanto, existem diversas outras doenças que podem causar este mesmo sintoma. Se você tem sofrido com zumbidos no ouvido ou está enfrentando algum dos outros sintomas, é recomendável procurar a orientação de um médico otorrinolaringologista para um diagnóstico preciso e aconselhamento sobre opções de tratamento adequadas.
Como reverter otosclerose? Tem cura?
Infelizmente, a otosclerose é uma condição que não pode ser completamente revertida. As mudanças ósseas que ocorrem no ouvido médio são consideradas permanentes. No entanto, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade auditiva.
Aparelhos Auditivos: Para casos iniciais ou leves de otosclerose, o uso de aparelhos auditivos pode ser uma opção eficaz. Aparelhos auditivos amplificam os sons e ajudam a melhorar a audição, permitindo que a pessoa compreenda melhor a fala e os sons do ambiente.
Implante Coclear: Em casos de perda auditiva severa ou profunda por Otosclerose Coclear, um implante coclear pode ser recomendado. Esse dispositivo eletrônico é implantado cirurgicamente e estimula diretamente o nervo auditivo, contornando as estruturas afetadas da orelha média.
Cirurgia: A cirurgia é uma opção para diversos casos de otosclerose estapediana, especialmente quando a perda auditiva é significativa. Existem duas principais abordagens cirúrgicas para tratar a otosclerose:
- Estapedotomia: Nesse procedimento, o estribo, um dos ossículos auditivos afetados pela otosclerose, é removido parcialmente e substituído por uma prótese. Isso permite restaurar a transmissão das vibrações sonoras para o ouvido interno, melhorando a audição. A estapedotomia é uma cirurgia delicada que requer habilidade e experiência por parte do cirurgião. Você pode conferir detalhes no artigo Otosclerose: Como é feita a cirurgia?
- Estapedectomia: Similar à estapedotomia, nesse procedimento o estribo é completamente removido. Esse procedimento é menos comum e é realizado em casos específicos.

Medicamentos: Em alguns casos, especialmente nos estágios iniciais da otosclerose ou quando os sintomas não são graves, os médicos podem considerar o uso de medicamentos como parte de um plano de tratamento mais abrangente. Os medicamentos podem ser prescritos para ajudar a aliviar os sintomas associados à otosclerose, como zumbido nos ouvidos ou tonturas leves.
No vídeo a seguir, você confere as perspectivas de melhora dos sintomas com os tratamentos disponíveis.
Embora a otosclerose não tenha uma cura definitiva no sentido de reverter as mudanças ósseas, pesquisas estão em andamento para entender melhor a condição e desenvolver tratamentos mais eficazes. Terapias genéticas, medicamentos para retardar o crescimento ósseo e técnicas de regeneração de tecidos estão sendo explorados como possíveis abordagens futuras.
O tratamento adequado para a otosclerose varia de pessoa para pessoa e deve ser determinado pelo médico após uma avaliação completa do quadro clínico e dos resultados dos exames. Se você está enfrentando sintomas de otosclerose, é aconselhável procurar a orientação de um médico otorrinolaringologista para receber aconselhamento especializado e escolher a melhor abordagem de tratamento para suas necessidades individuais.