O glomus timpânico é um tipo raro de tumor benigno que se desenvolve na orelha média, mais especificamente sobre a promontório da cóclea, próximo ao nervo timpânico. Embora seja uma lesão benigna, sua localização e vascularização tornam o diagnóstico e o tratamento delicados e de grande importância para preservar a função auditiva e a qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, você vai entender o que é esse tumor, quais os sintomas, como é feito o diagnóstico, os exames necessários e as opções de tratamento, incluindo cirurgia.
O que é um tumor glômico timpânico?
O tumor glômico timpânico, também conhecido apenas como glomus timpânico, é uma paraganglioma — um tipo de tumor que se origina de células do sistema nervoso autônomo. Ele está entre os tumores mais comuns da orelha média e geralmente acomete mulheres de meia-idade, embora possa surgir em diferentes faixas etárias.
Esse tipo de tumor é benigno, mas altamente vascularizado, o que significa que ele pode crescer e invadir estruturas vizinhas, além de causar sangramentos durante procedimentos.
É importante diferenciar o glomus timpânico do glomus jugular, que é outro tipo de paraganglioma, porém de localização mais profunda, envolvendo a base do crânio e o forame jugular.

Quais são os sintomas do glomus timpânico?
Os principais sintomas estão relacionados à presença do tumor na orelha média e ao seu efeito sobre as estruturas auditivas:
- Zumbido pulsátil (pulsátil ou rítmico): é o sintoma mais característico, causado pela alta vascularização do tumor. O paciente escuta um “batimento” dentro do ouvido, sincronizado com os batimentos cardíacos.
- Perda auditiva condutiva: à medida que o tumor cresce, pode interferir na vibração dos ossículos da orelha média, prejudicando a condução sonora.
- Sensação de pressão no ouvido
- Em casos mais avançados: dor, plenitude auricular e otorragia (sangramento no ouvido)
Como é feito o diagnóstico do tumor glômico?
O diagnóstico exige uma combinação de avaliação clínica e exames de imagem específicos:
- Otoscopia: pode revelar uma massa avermelhada ou azulada por trás da membrana timpânica, que pulsa com os batimentos cardíacos.
- Tomografia computadorizada (TC): importante para avaliar a extensão óssea do tumor, especialmente se há erosão do osso temporal ou envolvimento do conduto auditivo externo.
- Ressonância magnética (RM): fundamental para avaliar o grau de vascularização, extensão e relação com estruturas vizinhas.
- Angiografia (em casos selecionados): usada especialmente antes de cirurgias, para planejamento da embolização.
Em casos iniciais, o diagnóstico pode ser confundido com outras condições que causam zumbido e perda auditiva, como otosclerose, pólipos ou até tumores mais agressivos. Por isso, a avaliação com otorrinolaringologista experiente é essencial.
Qual é o CID do glomus timpânico?
Não há um CID específico exclusivo para glomus timpânico. Os códigos mais utilizados são:
- D33.3 — Tumor benigno do encéfalo e outras partes do sistema nervoso central (para paragangliomas intracranianos)
- D14.2 — Tumor benigno de outras e não especificadas partes do ouvido
A escolha depende da classificação anatômica feita pelo médico no prontuário e exames.
O tumor glômico é câncer?
Apesar de o nome “tumor” gerar apreensão, o glomus timpânico é um tumor benigno, ou seja, não é câncer. No entanto, ele pode crescer de forma localmente invasiva e causar sintomas importantes. Casos malignos (paragangliomas com comportamento metastático) são extremamente raros e geralmente relacionados a outros tipos, como o glomus jugular.
Como é o tratamento do glomus timpânico?
O tratamento depende do tamanho, da localização e da presença ou não de sintomas. As principais abordagens incluem:
1. Cirurgia
É o tratamento de escolha na maioria dos casos. A cirurgia visa remover completamente o tumor, preservando ao máximo as estruturas auditivas. Pode ser feita por via transmeatal (através do conduto auditivo) ou por mastoidectomia, dependendo da extensão.
- Em tumores pequenos, a cirurgia pode ser simples, com recuperação rápida.
- Em tumores maiores ou muito vascularizados, pode ser necessário embolização pré-operatória para reduzir o risco de sangramento.
2. Radioterapia
Indicada em casos em que a cirurgia não é possível ou quando há recidiva. Ajuda a controlar o crescimento do tumor, mas não remove a massa.
3. Acompanhamento clínico
Pacientes com tumores muito pequenos e sem sintomas relevantes podem ser apenas observados com exames periódicos, especialmente em idosos ou pessoas com alto risco cirúrgico.
A cirurgia de tumor glômico é perigosa? Qual a recuperação?
A ressecção cirúrgica do glomus timpânico, quando realizada por equipe especializada, é segura. No entanto, como o tumor é altamente vascularizado e pode estar próximo de estruturas nobres (nervo facial, cóclea, ossículos), exige cuidado e planejamento.
A cirurgia do glomus timpânico é feita por via otológica (geralmente pelo canal auditivo), com o objetivo de remover totalmente o tumor. Em alguns casos, realiza-se uma embolização prévia para reduzir o sangramento. O procedimento é delicado, mas seguro quando feito por equipe especializada, e busca preservar a audição e estruturas vizinhas.
A recuperação varia conforme o tipo de acesso cirúrgico. Em geral:
- Internação breve (1 a 2 dias)
- Curativo no ouvido
- Repouso relativo por cerca de 7 dias
- Acompanhamento audiológico pós-operatório
A taxa de recidiva do tumor glômico é baixa quando a remoção é completa, mas pode haver necessidade de reintervenção em alguns casos.
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